sexta-feira, 25 de maio de 2012

Resenha do livro Delícias do descobrimento

Livro: Delicias do Descobrimento: a gastronomia brasileira no século XVI/Sheila Moura Huer; com a colaboração de Ângelo augusto dos santos e Ronaldo Menegaz- Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2008.

O livro Delícias do descobrimento da autora Sheila Melo Hue mostra relatos escritos por padres, senhores de engenho, humanistas, cronistas, corsários e viajantes de vários países que chegaram ao Brasil dos primeiro século após o “Descobrimento”. Nesses relatos estão escritos assuntos dos tempos difíceis que alguns cronistas passaram nas alimentações e também sobre plantas, frutos e animais nunca vistos antes, e por isso eles tanto admiravam e faziam comparações com alimentos e animais já conhecidos.  Um exemplo disso era o abacaxi, conhecido por ananás só havendo documentos escritos de “abacaxi” no século XIX. Sheila Hue, conta também em seu livro que Pero de Magalhães de Gândavo compara os cajus a “pêros repinaldos” (maçãs doces e oblongas). Gândavo também compara a banana com pepinos.  Da mesma forma, Gabriel Soares de Sousa relata que o mamão tem tamanho, feição e cor aos pêros camoeses, e têm muito bom cheiro. Ele assim o fez com as mangabas quando descreveu que são do tamanho de pessegueiro, têm os troncos delgados, a folha miúda, a flor como a do marmeleiro, de fruto amarelo corado de vermelho, do tamanho de ameixas ou maiores. Existiam também frutas de difícil identificação, como por exemplo: a amaitim, fruta que Gabriel Soares descreveu como cachos maiores que as uvas ferais, uns bagos redondos, tamanhos como os das uvas mouriscas e muito esfarrapadas, cuja cor é roxa e cobertos de um pelo tão macio como veludo e com caroço como de cereja. Essas são algumas das várias comparações que estão descritas no livro Delícias do descobrimento em base aos relatos dos cronistas.  

O livro também trás informações sobre a mandioca espécie de alimentação épica da alimentação brasileira que começou a se espalhar por outros continentes por sua durabilidade e capacidade nutricional. Foi um mantimento fundamental no abastecimento das frotas no Novo Mundo. O próprio Colombo foi um dos primeiros a descrever sobre a mandioca- “um pão, a que chamam caçave”- ele também abasteceu a sua frota com farinha de mandioca. O livro mostra que os tubérculos e as raízes que se comiam no Brasil do século XVI algumas eram nativas e outras foram introduzidas.  Já no caso das hortaliças e cereais, o texto do livro deixa bem claro que se uma cozinheira portuguesa chegasse ao Brasil na década de 1580, não podia reclamar, pois encontraria muitos temperos conhecidos.  A cana-de-açúcar que parece ser tão brasileira, na verdade não é. Mas a iniciativa portuguesa de trazer para o Brasil deu certo e trouxe tantos lucros para os senhores de engenho e coroa portuguesa.  

O livro também nos trás relatos dos animais e essa parte é dividida em  sete partes,são elas: mamíferos, aves, peixes, invertebrados aquáticos, répteis, anfíbios e insetos. 

Nos relatos dos mamíferos tanto o padre José de Anchieta quanto Cardim, Gôndavo e Gabriel Soares aproximaram a capivara do porco, e Hans Staden que o sabor da capivara também é semelhante ao do porco. E Gabriel Soares comparava o sabor da carne de antas ao das vacas, mas que deveria ser bem cozida, pois era dura. E seus ossos torrados e moídos ainda serviam de remédios para os índios curar a diarreia. O tatu foi descrito por Gôndavo, como o diferente de todos os animais que quanto até agora se têm visto e apesar da sua aparência assustadora era um animal pacífico, e para ele “é a melhor e mais estimada carne nesta terra”. Esses são apenas alguns poucos exemplos de mamíferos que está descrito baseado nos relatos dos cronistas no livro delícias do descobrimento. 
Na segunda divisão dos animais: aves, o francês protestante Jean de Léry divide a Jacu em três espécies: o jacutinga, o jacupema e o jacuaçu, ele também “assegura que não há melhor carne.” Segundo ele, a ave parecia pertencer a família dos faisões. Uma ave que também era muito presente nas mesas brasileiras da época era as rolinhas e pombas como diz o autor de Diálogo das grandezas do Brasil. E o que mais encantava os colonos e os europeus era a diversidade das aves brasileiras e era hábito criarem em casa papagaios e outras aves. No livro a autora Sheila Melo Hue cita tantas outras aves que faziam parte da vida dos primeiros colonos que nessa terra esteve.
A terceira divisão dos animais: peixes, um exemplo interessante é o do Purá também conhecido como puraquê ou poraquê que é um peixe elétrico e em tupi significa “fazer dormir”, entorpecer. Fernão Cardim descreve que quem o toca treme,mas morto come-se, e não tem peçonha. Cardim também relata sobre o peixe Pirambá que tinha “bom gosto” e estava nas mesas coloniais.  Ele e outros cronistas também relatam sobre tantos outros peixes que estavam nas mesas naquela época. 
A quarta divisão: são os invertebrados aquáticos, e um exemplo curioso são os caranguejos que existiam em abundância e fáceis de pegar, eram “ verdadeiros sustento dos pobres, índios, naturais e escravos.
A quinta divisão: são os répteis, no livro não relatam muitos, mas apenas cinco. E um exemplo interessante é o jabuti que além de ser gostoso, servia de dieta recomendada aos doentes.
A penúltima divisão: são os anfíbios, com apenas dois exemplos rãs e sapos, os cronistas relataram que a carne era de bom sabor. Os índios também comiam sapo-cururu depois que retiram suas vísceras venenosas.
A última divisão: são os insetos. Sendo eles, a formiga e o Bicho-de-taquara que faziam parte da alimentação dos índios e colonos.
O livro Delícias do descobrimento encerra com outras comidas e bebidas que também faziam parte da alimentação daqueles que viviam no Velho Mundo.

 


quarta-feira, 23 de maio de 2012


Semana do aniversário de Aracaju

   Nos dias 13,14,15 e 16 de março de 2012 ocorreu na biblioteca Epifanio Dórea a semana do aniversário de Aracaju. O evento teve a presença dos professores Antônio Lindvaldo, Maria Roseneide, Janaina Cardoso, Maria Socorro e Fernando Soutelo, eles de algum modo contou a história de Aracaju e o cotidiano dos aracajuanos. 

    No dia 13 de março o professor Antônio Lindvaldo contou a história do Seu Francisco que escreveu para dizer que não se tornou vagabundo, mesmo com a vida difícil e pobre que levou,ele se superou. E também contou a história de Dona Antônia que queria esquecer o seu passado pobre e sua labuta na fábrica de tecidos. Nesse mesmo dia, a professora Maria Roseneide conta de forma literária um pouco da história da cidade, também recita poemas de alguns autores locais.  

    No dia 14 de março a professora Janaína Cardoso faz um apanhado geral sobre Memória e Patrimônio. Ela cita a seguinte frase: As memórias são maleáveis, e é necessário compreender como são concretizadas, e por quem, assim como os limites dessa maleabilidade. (BURKE, 2000, p. 73).  No mesmo dia, a professora Maria Socorro trás o seguinte tema: a cidade é uma materialidade criada pelo homem. Sendo assim, ela conta um pouco sobre a fundação da cidade de Aracaju.

   No dia 15 de março o professor Fernando Soutelo trás como tema de sua apresentação: Aracaju, um olhar sobre a cidade. Ele mostra por fotos e explicações as transformações  de Aracaju do ano de 1855 aos dias atuais.  

   E para finalizar o evento no dia 16 de março, visitamos a exposição do artista Bené Santana no museu do Homem Sergipano que fica no centro da cidade de Aracaju.

Esse evento muito me acrescentou como pessoa e acima de tudo por ser aracajuana. Aprender a valorizar a história local é o mesmo que valorizar minha própria identidade.

  (foto retirada do blog guia de sergipe)